Entrevista: coordenadora de Saúde Mental do TO fala sobre Luta Antimanicomial

 

Às vésperas do 1º Seminário Tocantinense da Saúde em Movimento com o Intersetor, que será neste dia 24 (quinta-feira), a coordenadora estadual de Saúde Mental do Tocantins, Ester Cabral, concedeu uma entrevista ao site do CRP-09. Ela fala sobre a luta antimanicomial, conquistas e desafios, e também sobre o contexto tocantinense.

O evento faz parte das comemorações do Dia Nacional de Luta Antimanicomial (18/5). Para saber mais sobre o Seminário, clique aqui.

Ester é Assistente Social, foi coordenadora do CAPS-Araguaína e também é estudante de Psicologia. Confira a entrevista:

Na sua opinião, o que avançou no Brasil em relação à luta antimanicomial?

Os avanços do Brasil em relação à luta antimanicomial se dão a partir do compromisso dos trabalhadores de Saúde Mental e do SUS na construção de uma sociedade mais justa e sem manicômios. Com a promulgação da Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, o movimento ganha um marco legal que impulsiona o setor público para a efetivação de uma política de Saúde Mental que atenda aos anseios da comunidade, usuários e familiares. As conferências de Saúde Mental são marcos importantes na luta, pois dão voz e vez ao controle social, usuários, trabalhadores e familiares na busca de melhores formas de acolhimento da loucura proporcionando espaços de avaliação e inovação das políticas públicas no país em seus três entes.

Qual o ganho histórico alcançado pela Reforma Psiquiátrica Brasileira?

O maior ganho foi a efetivação da garantia de direitos da pessoa com transtorno mental a ter o tratamento em liberdade, em serviços comunitários abertos, territoriais, com a participação e o envolvimento da família e da sociedade na luta contra o preconceito e a exclusão social.

Quais os desafios que ficam para serem alcançados após esse momento de comemoração, marcado por eventos em todo o país?

O grande desafio que está posto ao país é, sobretudo, a questão do acolhimento e cuidado à pessoa com necessidades decorrentes do uso de álcool, crack e outras drogas. A sociedade tem buscado "soluções" nem sempre pautadas na melhoria de condições de vida e cuidado dessas pessoas, mas sim, na tentativa higienista de se livrar do problema, retrocedendo no processo de desinstitucionalização e desospitalização do usuário, sobretudo com a judicialização da Saúde Mental, através dos pedidos de internações compulsórias ao dependente químico.

Em relação às políticas públicas, o que falta melhorar na Saúde Mental brasileira? E no Tocantins?

Precisamos efetivar a rede de atenção psicossocial no país e sobretudo em Tocantins, com a construção de novos dispositivos, CAPS AD III, Unidades de Acolhimento Adulto e Infantil, CAPS infantil, e estabelecer uma rede intersetorial que tenha a participação ampla de todos os setores públicos e da sociedade civil.

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