O Conselho Regional de Psicologia 9ª Região Goiás (CRP-09) passa a integrar uma comitiva de direitos humanos que está realizando visitas em instituições de ensino que estão ocupadas por estudantes e professores em Goiás. Eles se manifestam contrários à imposição de políticas que comprometem o direito básico à educação, a exemplo da MP 746/2016 (Reforma do Ensino Médio) e da PEC 55 (241/2016 – teto para gastos públicos).
Além do CRP-09, entidades civis e governamentais também compõem a comitiva, como o Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomás Balduíno, OAB, Conselho Regional de Serviço Social, Rede de Atenção à Criança e ao Adolescente e Mulheres em Situação de Violência, Movimento de Meninos e Meninas de Rua e centrais sindicais.
Para a presidenta do CRP-09, Ionara Rabelo, a intenção é garantir que os direitos humanos e o direito à manifestação sejam garantido nesses espaços. Ela participou da visita no IFG campus Aparecida de Goiânia na manhã desta quinta-feira (09/11) e a conselheira Cláudia de Oliveira Alves, da Comissão de Direitos Humanos do Conselho de Psicologia, integrou a agenda vespertina.
Em Goiás, as ocupações não estão limitadas a Goiânia e espalharam-se também por várias cidades do interior do Estado, onde foram ocupadas unidades da UFG e do IFG. Segundo o mapa das ocupações divulgado pelo movimento Ocupa Tudo, são 123 universidades e 1.177 escolas e institutos federais ocupados em todo o Brasil.
Nota
Nesta quinta-feira (09/11), o Conselho Regional de Psicologia 9ª Região Goiás publicou uma nota sobre as manifestações estudantis e a preocupação com a garantia dos direitos humanos de seus participantes. A nota foi elaborada em conjunto pela Comissão de Direitos Humanos e a Comissão de Psicologia da Educação do CRP-09.
Esta manifestação pública repercutiu entre profissionais da área. A psicóloga e representante CRP-09 no Conselho Estadual de Direitos da Criança e do Adolescente, Cida Alves, fez um pronunciamento sobre o assunto. Veja:
“A Psicologia é uma profissão que tem como principal missão o desenvolvimento humano, a emancipação e a sua capacidade de expressão, de luta, de busca pela liberdade, pela felicidade. E os estudantes estão dando um grande exemplo de luta pacífica, de força e vontade de mudar uma lei, uma proposta de lei, que limita em duas gerações o crescimento na área da educação e na área da saúde. Então, mais uma vez a Psicologia em Goiás está à frente desta luta. Goiânia tem uma história de Psicologia comunitária que esteve sempre a frente produzindo documentos e movimentos em defesa de criança e do adolescente. Foi assim ao longo da década de 1990, de 2000, e está sendo agora também com essa nova gestão do CRP-09, que foi o único CRP no pais que colocou claramente numa posição de defesa na aprovação do PL Menino Bernardo. Agora novamente o CRP Goiás está a frente de uma manifestação pública em defesa da liberdade de expressão dos estudantes e da não-violência, não violação de direitos a essas manifestações. O Conselho de Goiás está adiante, está a frente, e mostra que os direitos humanos são uma bandeira da Psicologia”.