Neste dia 19 de abril precisamos reforçar e reconhecer a importância dos povos indígenas para nossa história, identidade cultural, culinária, crenças populares, entre outras contribuições desta população, que segundo o Censo de 2010, somam quase 900 mil pessoas.
Embora no Brasil tenha se instalado uma política de invisibilidade destes povos, é importante destacar que esta população é composta por 305 etnias diferentes que falam 274 línguas diferentes pertencentes a mais de 50 famílias linguísticas. Neste sentido a psicologia deve atuar em diversas frentes para contribuir com a promoção de políticas públicas que fortaleçam esta luta, não apenas por direitos a territoriais, mas por reconhecimento e valorização das(os) índias(os) brasileiros.
Segundo presidente do CRP09, Wadson Arantes, a psicologia deve atuar em diversas frentes, principalmente na quebra de preconceitos e na relação da sociedade com a identidade indígena.
“A psicologia tem papel fundamental para superação dos preconceitos e relações perversas, na construção de conhecimentos compartilhados para intervenções responsáveis, que não reproduzam, mais uma vez, relações de dominação cultural, questões ligadas a identidade, visibilidade social, participação, formação acadêmica e políticas públicas”, afirmou.
Em publicação no ano de 2019, “Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas(os) com Povos Tradicionais”, produzido pelo Conselho Federal de Psicologia a temática da contribuição, valorização e importância culturas e saberes populares e dos povos tradicionais foi abordada, trazendo diversos pensamentos no campo social, histórico, político e da atuação da psicologia nesta luta por direitos, especialmente as comunidades indígenas.
“É fundamental que a atuação das(os) profissionais da Psicologia junto aos povos e comunidades tradicionais seja realizada dentro de uma ótica e de uma lógica de aliança social e política. Psicólogas e psicólogos buscam atuar junto a esses segmentos por considerarem que estes são, além de portadores de direitos, sujeitos políticos possuidores de um patrimônio cultural e de propostas de valores e de modos de existência relevantes para o nosso processo civilizatório. Dentro de tais marcos, diferentes profissionais da Psicologia buscam atuar nos territórios tradicionais, fortalecendo e dando visibilidade a diversas comunidades em luta por seus direitos, em busca de reconhecimento e respeito”, consta na publicação.
As referências citadas na publicação ressaltam ainda a importância da atuação da psicologia de forma coletiva na defesa e no fortalecimento dos direitos humanos e sociais.
“A Psicologia Brasileira, com seu histórico de compromissos sociais e ético-políticos, não tem se furtado, desde o processo de redemocratização do país, ao debate e inclinação do seu posicionamento em relação às necessidades da grande maioria da população brasileira e na defesa dos direitos humanos e dos direitos sociais”, afirmou a publicação.
Para conferir as Referências Ténicas para Atuação de Psicólogas(os) com Povos Tradicionais (clique aqui).