Durante todo este mês, a campanha Setembro Amarelo alertará para a importância de se debater, de forma urgente e sem tabus, a questão do sofrimento mental e a prevenção ao suicídio. Este período foi escolhido em alusão ao Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, celebrado em 10 de setembro. A data foi estabelecida em 2003 pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio (IASP) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
De acordo com a OMS, mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano, sendo a quarta causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. O psicólogo e conselheiro Wadson Arantes Gama, presidente da Comissão de Psicologia Clínica do CRP09, afirma que a pandemia agravou alguns fatores de risco, como desemprego, perdas e isolamento social. No entanto, o profissional alerta que os índices já vinham apresentando tendência de alta antes mesmo da Covid-19.
"Há alguns anos já está sendo possível constatar um aumento significativo e contínuo no número de casos, especialmente na faixa etária dos jovens. As mudanças provocadas pela pandemia intensificaram ainda mais este processo, e a Psicologia precisa tratar o acolhimento a pessoas que estão em sofrimento mental como prioridade. O Setembro Amarelo é um marco de reflexão em torno desta questão, mas a Psicologia precisa estar atenta a este tema durante todo o ano. Vivemos em uma sociedade que cobra a alta performance e que coloca o sujeito em pressão o tempo todo. Muitas vezes não sabemos lidar com nossas falhas, perdas e fracassos. Por isso, a prevenção ao suicídio precisa estar presente em todas as abordagens da Psicologia", afirma o psicólogo.
Para Wadson Arantes Gama, a Psicologia precisa intensificar os esforços de prevenção ao suicídio, e as psicólogas e psicólogos desempenham um papel fundamental no acompanhamento, encaminhamento e prevenção de questões ligadas ao sofrimento mental, à depressão, à frustração, à ansiedade e a outros aspectos da saúde mental. O conselheiro ressalta que este movimento deve ocorrer não apenas no contexto clínico, mas também nos mais diversos segmentos da sociedade.
"Precisamos levar a escuta qualificada da Psicologia a todos os espaços. É muito importante que a psicóloga e o psicólogo se aprofundem em seus estudos, nos conceitos e técnicas de suas abordagens psicoterapêuticas. Todas as abordagens reconhecidas pela ciência têm a capacidade técnica de acolher o sujeito que está em sofrimento mental. É fundamental que a(o) profissional faça o aprofundamento técnico e teórico para atender essa demanda que vem crescendo de forma bem expressiva na sociedade”, alerta Wadson.
Atualmente, o Ministério da Saúde trata o suicídio como problema de saúde pública, e as diferentes frentes de atuação da psicologia (saúde, assistência social, educação, justiça e outras) colocam a profissão como peça-chave na política de enfrentamento deste tema.
Neste Setembro Amarelo, o CRP09 reafirma o seu compromisso de orientar as(os) psicólogas(os) do estado de Goiás quanto às condutas éticas e legais relacionadas à prevenção ao suicídio.
Confira neste link a nota técnica do CRP09 com orientações éticas e legais em relação à prevenção ao suicídio.