CRP-09 entrevista psicóloga sobre o Dia Mundial das Pessoas com Deficiência

Publicado em 07/12/2011 às 11h45 | Atualizado em 07/12/2011 às 11h45

 

 

 

 

 

 

 

No último sábado (3/12), comemorou-se em todo mundo o Dia das Pessoas com Deficiência. Ele foi instituído pela Organização das Nações Unidas com a intenção de gerar conscientização, compromisso e ações que transformem a situação das pessoas com deficiência no mundo.

Para registrar essa data, o Conselho Regional de Psicologia 9ª Região Goiás/Tocantins (CRP-09), por meio do atual Plenário Pluralidades, conversou com a psicóloga Clélia Aparecida Leite. Ela fala sobre as dificuldades e os avanços obtidos pelas pessoas com deficiência no Estado de Goiás. Confira:
 
Por que existe o dia internacional das pessoas com deficiência?

O dia internacional das pessoas com deficiência é uma ação promovida pela ONU em todos os países com o objetivo de envolver a sociedade nos assuntos referentes à deficiência. Neste dia, busca-se refletir se os direitos dos portadores de deficiência estão sendo assegurados de acordo com programa mundial de ação.

Como você vê a inclusão das pessoas com deficiência no Estado de Goiás?

Faço parte desse processo desde o seu início, que foi em 1999. Já se passaram 12 anos. Percebo que houveram alguns avanços importantes como: maior aceitação de alguns professores da presença dos alunos com deficiência em suas salas nas escolas da rede regular; maior aceitação por parte das famílias das crianças ditas “normais”, pois acreditavam que os seus filhos seriam prejudicados e que o ensino teria um ritmo mais lento; o exercício da solidariedade entre as crianças da rede de ensino e os colegas com necessidades educativas especiais traduzindo-se em atitudes de companheirismo dentro e fora da sala de aula.

Quais as maiores dificuldades no processo de inclusão nas escolas?

Lamentavelmente, ainda nos deparamos com a resistência de alguns professores em assumir o desafio e a responsabilidade sobre o processo de aprendizagem daqueles que demandam cuidados especiais. Muitas vezes agem como se estes alunos e alunas não fizessem parte de sua sala de aula. As barreiras arquitetônicas são outro obstáculo importante e ainda interferem muito dentro da escola - banheiros não-adaptados, calçadas, rampas, macas nos banheiros para fazer a higiene íntima nas crianças com paralisias cerebrais.
 
Existe parceria entre a secretaria de Educação e secretaria de Saúde para assegurar as necessidades da criança, como um todo?

Infelizmente esta parceria ainda é muito rudimentar. Dentro das escolas existe uma equipe multiprofissional (psicólogos, fonoaudiólogos e assistentes sociais) para dar suporte tanto à comunidade escolar quanto aos pais, orientando-os sobre a melhor forma de trabalhar com as crianças com necessidades educacionais especiais. Nos casos em que uma criança apresenta Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), esta é encaminhada para a Rede Pública de Saúde. A garantia da inclusão destes depende do seu pronto atendimento, considerando que sem a medicação e o acompanhamento sistemático, estes não conseguem desenvolver concentração suficiente para o aprendizado.

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