8 de março - Dia Internacional da Mulher

Publicado em 16/03/2017 às 11h58 | Atualizado em 16/03/2017 às 15h48

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Neste 8 de março de 2017, Dia Internacional da Mulher, o Conselho Regional de Psicologia 9ª Região – Goiás (CRP-09) se une às mulheres de todo o mundo para refletir sobre as relações de gênero e trabalho.

O Dia Internacional da Mulher é celebrado desde 1977 e foi adotado pelas Nações Unidas para debater as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres. Porém, desde o final do século 19, a data é lembrada por movimentos feministas da Europa, Leste Europeu e Estados Unidos para dar visibilidade às lutas das mulheres por melhores condições de vida e trabalho, bem como o direito ao voto. Em 1911, ocorreu o incêndio na fábrica têxtil em Nova York, onde 130 mulheres, que lutavam por melhores condições de trabalho, morreram carbonizadas. O fato marcou a trajetória das lutas feministas e muitos o ligam à criação do 8 de março.

Hoje, é notório que a data ganhou um forte apelo comercial, o que reafirma características de um estereótipo feminino ligado à fragilidade, provocando ainda mais desigualdades nos campos social e do trabalho. Uma contradição ao que, de fato, marca historicamente o dia 8 de março – a luta.

Este ano, diversos movimentos estão propondo que na próxima quarta-feira as mulheres parem suas atividades a fim de que seja feita uma reflexão sobre o papel feminino no mundo. No Brasil, 51,4% da população é de mulheres, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ou seja, um dia de mobilização nacional de mulheres terá impacto significativo no país. A expectativa é que Greve Internacional de Mulheres aconteça em cerca de 55 países.

A convocação é, principalmente, para que as mulheres parem por um dia os trabalhos domésticos com objetivo de torná-los visíveis e valorizados. Dados do IBGE, do Ipea e do Ministério da Fazenda mostram que as mulheres gastam em média 3,8 horas do dia com tarefas domésticas, enquanto os homens dedicam em média 1,5 horas. Ou seja, a dupla jornada ainda é uma realidade mais dura para as mulheres.

Ao propor a nova reforma previdenciária, o Governo Federal não leva em conta essa dupla jornada e quer igualar o tempo de contribuição entre homens e mulheres. Durante séculos o trabalho das mulheres tem sido tratado de forma precária, invisível e desvalorizado. A chamada pela greve tem por objetivo ressignificar os sentidos construídos sobre trabalho produtivo e trabalho reprodutivo.

Para participar desse movimento mundial, diversas ações estão sendo sugeridas. Entre elas, usar uma peça de roupa na cor lilás, colocar uma bandeira lilás na janela, parar suas atividades domésticas (lavar, passar, limpar, cozinhar e cuidar), parar suas atividades laborais por uma jornada – caso não consiga, pare por uma hora (a hora M no Brasil será das 12h30 às 13h30), durante esta hora pautar o assunto com as colegas de trabalho e/ou participar de manifestações que acontecerão em algumas cidades.

O CRP-09 sugere ainda que as psicólogas e os psicólogos proponham essa discussão em seus locais de atuação. É preciso refletir as relações de trabalho e as relações de gênero, o impacto das desigualdades na sociedade e as formas de violência que muitas mulheres são submetidas. E também falar sobre a desigualdade de distribuição das obrigações domésticas e da falta de equidade salarial no trabalho remunerado.

Movimentos na História

O Movimento 8 M, que está propondo a manifestação, levantou a história das lutas das mulheres em busca de valorização do seu trabalho. Em 1975, 90% das mulheres da Islândia fizeram uma greve nos locais de trabalho e se recusaram a realizar trabalho social não-remunerado durante um dia, a fim de tornar visível o trabalho e a contribuição das mulheres islandesas para a sociedade. Elas exigiram salários iguais aos dos homens e o fim à discriminação sexual no local de trabalho.

No outono de 2016, as ativistas polonesas adotaram a estratégia e a mensagem da greve das mulheres de Islândia em 1975 e organizaram uma greve massiva de mulheres para impedir a aprovação de um projeto de lei no parlamento que proibisse o aborto. Ativistas argentinas fizeram o mesmo em outubro passado para protestar contra a violência masculina contra as mulheres.

A Greve Internacional de Mulheres busca uma reflexão política e social sobre como é a condição do trabalho feminino nas sociedades capitalistas. E também como vem acontecendo essa luta desde a Revolução Industrial. É preciso ampliar os direitos e as conquistas femininas, a fim de equiparar a uma condição digna e não reduzir direitos baseados numa falácia machista que induz a pensar que direitos iguais são obrigações iguais. O mesmo tempo de contribuição para a previdência social não significa que homens e mulheres trabalharam a mesma quantidade, já que parte dessa jornada está oculta em casa e, na grande maioria das casas, assumidas pelas mulheres.

Participe dessa importante manifestação mundial em favor da valorização do trabalho feminino.

Referência Bibliográfica:
IBGE; Movimento 8M.

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