Nesta terça-feira, dia 19 de abril, celebramos o Dia dos Povos Indígenas, data que reforça a importância de respeito e proteção aos povos originários no Brasil. A data foi instituída pelo governo brasileiro em 1943, tendo como referência o 1º Congresso Indigenista Interamericano, no México, realizado no dia 19 de abril de 1940.
A psicologia desempenha um papel importante na atenção à saúde mental dos povos originários, que deve ser sempre pautada pelo respeito à identidade e à concepção de mundo destas pessoas. De acordo com a psicóloga, pesquisadora e professora Sonia Grubits, estudiosa de grupos indígenas da Região Centro-Oeste, como os povos bororo, guarani/kaiowá, kadiwéu e terena, a análise de comportamento precisa levar em conta as questões de origens étnica e cultural, sem interferir no sentimento de identidade própria.
A maioria dos povos indígenas no Brasil está atualmente em contato constante com outras esferas e costumes da sociedade, e enfrenta muitos desafios para conseguir preservar suas experiências culturais e a construção identitária. Essa luta cotidiana encara problemas como a invasão de reservas e territórios protegidos e o preconceito.
Durante a pandemia, a taxa de assassinatos de indígenas no Brasil aumentou de forma exponencial, saltando de 113 vítimas em 2019 para 182 mortes em 2020 - um aumento de 61%, segundo dados do Atlas da Violência, em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o Instituto de Econômica Aplicada (Ipea) e o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN). Em cinco estados, a taxa de mortes violentas é superior à média geral.
O CRP09 convida todas as psicólogas e os psicólogos a um momento de reflexão nesta data tão importante, e reafirma o seu compromisso, por meio da Comissão Especial de Direitos Humanos, de contribuir firmemente para a preservação dos povos originários, apoiando políticas públicas que visem promover a saúde mental de forma respeitosa e cuidadosa.