O Movimento Maio Amarelo surgiu com a proposta de chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito em todo o mundo. O objetivo é promover uma ação coordenada entre o Poder Público e a sociedade civil, para colocar em pauta o tema da segurança viária e mobilizar toda a sociedade, envolvendo órgãos de governos, empresas, entidades de classe, associações, federações e demais organizações civis.
O movimento acredita que é preciso abordar toda a amplitude que a questão do trânsito exige, nas mais diferentes esferas. De acordo com o estudo "Mortalidade Por Acidentes Em Transportes Terrestres no Brasil", de autoria do psicólogo Eduardo Jasson Loureiro Muniz Moita (CRP 21/00003), vivenciamos atualmente no país uma epidemia silenciosa, na qual dezenas de vidas são tiradas diariamente.
A Psicologia desempenha um papel fundamental para o entendimento desta alarmante realidade, pois fatores biopsicossociais estão intrinsecamente relacionados com a gravidade deste cenário, assim como aspectos políticos e econômicos. Ao lado de questões como vias e veículos em estado irregular de conservação e falhas na legislação, comportamentos de risco como excesso de velocidade, agressividade e direção perigosa são determinantes para aumentar os índices de acidentes.
De acordo com o DataSUS, banco de dados públicos do SUS, a imensa maioria das vítimas é composta por motociclistas, jovens e indivíduos do sexo masculino. Os homens representaram 84% das mortes em 2020, quando 32.716 pessoas perderam as vidas em acidentes de trânsito. Segundo o psicólogo Eduardo Moita, a maior prevalência de morte entre homens pode ser explicada por razões socioculturais e psicológicas. As mulheres apresentam menor índice por geralmente apresentarem um comportamento mais cauteloso e praticar uma direção mais defensiva.
Este cenário comprova que as medidas preventivas adotadas no país têm se mostrado insuficientes. Desta forma, é preciso que a gestão pública intersetorial apresente ações mais contundentes em relação ao adoecimento mental da população no contexto do trânsito, sempre respaldadas pela Psicologia. A intensificação da presença da Psicologia no processo de formação de condutoras(es) se mostra cada vez mais urgente.