O Dia Internacional das Pessoas com Deficiência foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1992. Todos os anos, no dia 3 de dezembro, esta data convida a sociedade a refletir e a compreender as questões que fazem parte da realidade de pessoas com deficiência. Além disso, é também uma forma de reforçar a importância da união na defesa dos direitos, da dignidade e do bem-estar de todas as pessoas.
A psicóloga Laureane Marília de Lima Costa (CRP 09/11106), que desenvolve estudos sobre a formação de profissionais da Saúde e da Educação para uma atuação anticapacitista, ressalta que a Psicologia ocupa um papel determinante nesta luta e que ainda há muito espaço para avanços, especialmente na consolidação de abordagens que eliminem a patologização das pessoas com deficiência.
"As contribuições da Psicologia para a luta anticapacitista devem romper com o histórico de patologização das pessoas com deficiência, que são tratadas como se a presença de um impedimento as tornasse incapazes de participar da vida comum. Então, nesse sentido, a Psicologia precisa alterar as intervenções focadas no indivíduo, muitas vezes pensadas como uma performance de normalidade das pessoas com deficiência, e focar na construção de intervenções coletivas, que priorizem a ampliação do acolhimento e a celebração da diversidade humana e das diversas formas de ocupar o mundo”, destaca Laureane.
A psicóloga também menciona o papel do Sistema Conselhos no fortalecimento desta luta, ressaltando a atuação do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e dos Conselhos Regionais em relação à preparação de profissionais para as diferentes realidades e a ampliação de suas visões de mundo.
"É importante que os Conselhos de Psicologia também promovam ações que visem garantir a acessibilidade de uma forma geral, seja nos cursos de Psicologia, para atender estudantes e professores com deficiência, ou nos consultórios particulares, pensando tanto em clientes com deficiência que desejam acessar estes espaços quanto em profissionais com deficiência que prestam seus serviços ali. Além disso, essa preocupação deve alcançar todos os outros ambientes de atuação, como o serviço público, as empresas etc. Também precisamos lutar pela inserção de disciplinas na formação profissional que contemplem a discussão de um modelo social da deficiência”, analisa a psicóloga.
