A semana de mobilização pelos 21 anos da Luta Antimanicomial reuniu centenas de pessoas para exigir a retomada da Reforma Psiquiátrica no Estado. A Passeata Maluco, Beleza realizada no dia 18 de maio, no Centro de Goiânia, levou para as ruas as necessidades dos usuários da rede de Saúde Mental e os questionamentos sobre o fato de a reforma estar parada em Goiás, principalmente, na Capital.
Participaram da passeata usuários, trabalhadores da área de saúde mental, estudantes e simpatizantes do movimento Antimanicomial. O movimento organizado pelo Fórum Goiano de Saúde Mental e Conselho Regional de Psicologia de Goiás e Tocantins (CRP-09) apresentou à população a necessidade de acelerar a reforma psiquiátrica em Goiás e mostrar que os doentes mentais têm direitos que devem ser respeitados.
Atualmente, em Goiânia há 560 internos e três mil pessoas em tratamento de doenças mentais. A presidente do CRP-09, Heloiza Helena Massanaro defende que o doente mental tem o direito à assistência em liberdade. Segundo ela, a pessoa com problemas de saúde mental não pode ficar isolada e isso é garantido pela lei. Mas as gestões municipais ainda protelam a efetivação dos direitos contidos na legislação.
Na Capital, existem sete Centros de Assistência Psicossocial (Caps) e no Estado inteiro, são 22. A presidente do CRP-09 afirma que a reforma psiquiátrica está parada.Ela reforça que toda a semana de mobilização integra uma luta permanente para garantir atendimento 24 horas por dia todos os dias da semana. Atualmente, o serviço funciona de segunda a sexta-feira.
Em Goiás, a agenda de eventos pelo 18 de maio ? Dia Nacional da Luta Antimanicomial inclui debates e apresentações culturais. Além da passeata, foram realizadas uma mostra de vídeos, que proporcionou reflexão acerca da loucura, e o Seminário ? "A Crise: Desafio Estratégico da Reforma Psiquiátrica", que foi ministrado por Políbio José de Campos Souza, coordenador de Saúde Mental de Belo Horizonte (MG) e responsável pelo Centro de Referência em Saúde Mental (CERSAM/CAPS III) Noroeste, do Serviço de Urgência Psiquiátrica (SUP) e Coordenador de Saúde Mental de Belo Horizonte.
Em sua apresentação, ele abordou a questão da necessidade de ampliação e qualificação da rede de cuidados em saúde mental, substitutiva ao hospital psiquiátrico, para oferecer resposta às situações de crises da pessoa com sofrimento mental grave e persistente de acordo com o modelo psicossocial.