A forte presença de psicólogos do interior de Goiás e de outros Estados marcou o Seminário Regional de Psicologia e Políticas Públicas, realizado pelo Conselho Regional de Psicologia 9ª Região Goiás/Tocantins, nos últimos dias 25, 26 e 27 de abril, na Superintendência de Educação em Saúde e Trabalho para o SUS, antiga Escola do Governo.
Entre esses profissionais estava a psicóloga Fabiana da Silva Sousa, que veio da Bahia para prestigiar o evento. Em sua companhia, a também psicóloga Layla Fonseca, de Serra Nova Dourada, no Mato Grosso, que fica a cerca de 900 quilômetros de Goiânia. Segundo ela, a temática do seminário incrementou a grade curricular da sua graduação. “Valeu a pena vir de tão longe. Volto com questionamentos instigantes sobre a prática que estamos desenvolvendo e o que se pode fazer”, conta.
Para o presidente do CRP-09, Wadson Arantes Gama, a presença de pessoas de outros Estados e municípios no seminário surpreendeu a organização do evento. “Nós ficamos surpresos com tantos psicólogos que não são de Goiânia nesses dias. São pessoas que vieram de longe para debater assuntos importantes ligados à Psicologia, que muito agregaram com sua experiência”, avalia.
Nos três dias de evento, foram elaboradas cartas abertas referentes a cada temática com as intenções e reivindicações da categoria. Elas serão encaminhadas aos órgãos públicos competentes para que as demandas sejam atendidas.
Assistência Social ? O Seminário começou na quarta-feira com a temática “Assistência Social”. Após as boas-vindas, o presidente Wadson expôs
sobre o Crepop. Em seguida, o professor Joseleno Vieira dos Santos foi o conferencista sobre a Política Pública na Área da Assistência Social. Segundo ele, é importante fazer uma reflexão sobre a política que está se construíndo na atuação das políticas públicas ligadas à Psicologia. “A atuação do psicólogo na assistência social está cada vez maior. É uma área que está abrindo muitas oportunidades e por isso deve ser levado em consideração o ‘como é ser psicólogo’ ali”, avalia.
No período da tarde ocorreu a oficina “O Fazer do Psicólogo na Área da Assistência Social Cras e Creas”, coordenadas pelos psicólogos e conselheiros Wadson Arantes Gama e Eriko Netto de Lima.
Educação ? O segundo dia de evento foi reservado à Educação. A Mesa Redonda “Política Pública na Área da Educação” foi composta pelas integrantes da Gerência de Ensino Especial da Secretaria Estadual de Educação, Eliana Souza da Costa Marques, Mabel Paiva Silva e Inês Moraes de Sousa.
Elas apresentaram o Plano Nacional dos Direitos Humanos da Pessoa com Deficiência “Viver sem Limite” composto por quatro pilares: Acesso à Educação, Inclusão Social, Atenção à Saúde e Acessibilidade. O trabalho em equipes multiprofissionais foi um ponto de interesse da plateia.
Segundo Eliana, as pessoas não tinham muita noção de como era esse trabalho desenvolvido em Goiás por psicólogos, fonoaudiólogos, assistentes sociais e, em alguns casos, pedagogos. “A maior surpresa dos participantes do seminário foi a sintonia em que essas equipes trabalham”, conta. Eliana complementa dizendo que a demanda por essas equipes é grande, porém é preciso criar mais cargos. “Essa é a principal pontuação da carta aberta”, afirma. Para o conselheiro-secretário do CRP-9, Elias Rodrigues de Souza, a proposição da carta foi um dos momentos mais importantes durante a manhã. “Nesse documento foram elencadas algumas proposições de políticas públicas para a psicologia educacional”, destaca.
Para a vice-presidente do CRP-09, Sandra Valéria Nogueira, esse foi um momento muito participativo e que reafirmou a atuação do psicólogo nas equipes multiprofissionais na Educação Inclusiva. “Foi importante discutir de que forma essa equipe pode trabalhar na promoção de diretrizes que promovam de fato a inclusão”, enfatiza.
Após o intervalo para almoço, os participantes ouviram a palestra da professora Vera Lúcia Morselli. Ela levantou a discussão sobre onde e como atuam os psicólogos educacionais e o reflexo dessa atuação nesse contexto. “Vamos refletir sobre como a família, a escola e a Psicologia podem contribuir no processo de ensino-aprendizagem”, diz.
Saúde ? O último dia do seminário foi dedicado à Saúde. Pela manhã, a conferência foi comandada pela integrante da Coordenação Nacional de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde, Bárbara Vaz. Ela fez uma apresentação sobre a inserção do psicólogo na Saúde Pública. “A atuação do psicólogo na Saúde Pública é algo novo, pois ocorre em espaços que não são os consultórios”, ressalta.
À tarde, ocorreram as palestras sobre as Comissões de Orientação e Fiscalização (COF) e de Orientação e Ética do CRP-09, proferidas pelo Conselheiro Eriko Netto de Lima e pela Analista de Fiscalização Jacqueline Andrade Amaral. Sobre o papel do psicólogo na Saúde Pública, Eriko destacou os aspectos éticos dessa atuação. “Procurei pontuar a conduta dos psicólogos nos CAIS, no CAPS e nos Hospitais, especialmente sobre o sigilo profissional”, diz.
Em seguida, a equipe da Gerência de Saúde Mental da Secretaria Estadual de Saúde, integrada por Juliana de Souza Pires, Liana de Almeida Noleto, Milena Nunes de Almeida e Elaine da Cunha Mesquita, coordenou a oficina “O fazer do psicólogo na Área da Saúde”. A Gerente de Saúde da SES, Luciana Santana, disse que a equipe procurou relatar as experiências dos psicólogos na Saúde Pública. “Dessa forma podemos mostrar de maneira lúdica como é essa atuação, principalmente àqueles profissionais que acabaram de sair da faculdade”, aponta.
Veja aqui as fotos do 1º dia do evento.
Veja aqui as fotos do 2º dia do evento.
Veja aqui as fotos do 3º dia do evento.