O Conselho Regional de Psicologia 9ª Região Goiás/Tocantins (CRP-09) participou das visitas às comunidades terapêuticas em Goiás, que forneceram dados ao Relatório da 4ª Inspeção Nacional de Direitos Humanos: locais de internação para usuários de drogas, lançado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) esta semana.
Segundo a vice-presidente do CRP-09, Sandra Valéria Nogueira, essa ação aconteceu em setembro como estratégia do Sistema Conselhos com adesão do CRP-09, do Ministério Público Estadual e da Ordem dos Advogados do Brasil seção Goiás. O CRP-09 encaminhou à Comissão de Direitos Humanos do CFP, que produziu o relatório, informações sobre essas visitas. Entre elas a proposta de cuidado, a equipe profissional que atua nessas entidades e as recomendações para que sejam apuradas as possíveis irregularidades apontadas na proposta de cuidado. Veja aqui o relatório.
De acordo com o presidente da Comissão de Direitos Humanos do CRP-09, Valterci Vieira, a visão geral da ação mostra que alguns locais têm precariedade de estrutura física. Ele explica que há um paradoxo entre esses locais. "Enquanto em um local há uma equipe multiprofissional (enfermeiros, psicólogos, assistente social, técnico de enfermagem) disponível, em outros os pacientes cuidam de tudo, fazem a comida, limpam o lugar”, diz. Outra observação feita durante as visitas é que em algumas comunidades há um cunho religioso forte sem uma proposta terapêutica definida. “A inspeção não tem o fulcro de inviabilizar o trabalho dessas entidades, mas garantir que o atendimento aos usuários seja realizado com eficácia”, ressalta o presidente do CRP-09, Wadson Arantes Gama.
Os locais visitados em Goiás foram: Instituto Batuíra de Saúde Mental, Unidade Terapêutica Conhecer a Cristo, Associação Beneficente Metamorfose, Comunidade Terapêutica Restauração (Morrinhos) e Comunidade Terapêutica Gênesis (Rio Verde). Valterci Vieira explica que o próximo passo será uma conversa com as unidades visitadas para discutir os dados do relatório. “Após essa discussão com as comunidades terapêuticas, iremos apresentar o relatório em uma audiência pública”, diz.