Psicóloga Beth Fernandes fala sobre identidade de gênero e orientação sexual

Publicado em 28/02/2012 às 12h25 | Atualizado em 28/02/2012 às 12h25

 

Identidades de gênero e orientações sexuais são temas recorrentes no trabalho do psicólogo. Essas são algumas questões abordadas pela psicóloga Beth Fernandes, que atua na Secretaria de Estado de Políticas para Mulheres e Promoção da Igualdade Racial (Semira) e é uma militante das causas LGBTT.

Além disso, ela é especialista em Administração Educacional, Planejamento Educacional e Psicologia Clínica junguiana, mestre em Saúde Mental pela Universidade de Campinas (Unicamp), presidente do Fórum de Transexuais de Goiás e coordenadora da ASTRAL/GO.

A entrevista lembra a comemoração do dia da Visibilidade Trans e também nas políticas públicas voltadas para essa população em Goiás.

Confira:

Em janeiro é comemorado o Dia da Visibilidade Trans. Houve alguma ação em Goiás para lembrar essa data?

O dia 29 de janeiro é comemorado o dia das travestis e transexuais no Brasil. Aqui em Goiás (Fórum de Transexuais e de Travestis), nós comemoramos o dia das travestis, pois o dia da mulher transexual é no dia 8 de março - Dia Internacional da Mulher. No dia 29 de janeiro, domingo, fizemos várias oficinas com as travestis, sobre sexo seguro e sobre cidadania, no Café Prevenção. Já as atividades com as mulheres transexuais será no dia 22 de março no Crei ? Semira (Centro de Referência Estadual da Igualdade da Semira). 

Existem políticas públicas em Goiás voltadas, especificamente, às identidades trans (travestis, transexuais e transgêneros)?

Hoje temos avançado, pois em Goiás temos uma resolução do Conselho Estadual de Educação que garante o nome social das travestis e transexuais nas escolas, que é um uma maneira de inclusão e adesão das pessoas "trans" dentro do contexto escolar. Temos um Crei - Semira que faz atendimento jurídico, psicológico e assistência social para esta população. E um Conselho Estadual LGBTT, que luta pela garantia de direitos da população. Fora isso temos o Hospital das Clínicas com a Dra. Mariluza e sua equipe, que atende, acompanha e trata cirurgicamente a adequação de gênero da vivência transexual.

A senhora está acompanhando o processo de despatologização das identidades trans? Como esse processo está? A despatologização da homossexualidade ajudou ou atrapalhou nessa caminhada?

Sim. Essa discussão é antiga dentro do Fórum de Gênero. A transexualidade não é uma doença. O gênero é com as pessoa se sentem e se comportam dentro de uma sociedade, ser masculino e ou feminino. Assim, a transexualidade não pode ter base de definição conceitual nos hormônios ou na fisiobiologia. E se a transexualidade é uma questão de gênero, a cirurgia é uma readequação do corpo com a alma (sentir-se como). O que acontece é que para que a Medicina e o SUS possam manter uma cirurgia de adequação, ela será tratada como uma doença. Percebe que a discussão vai longe? Não podemos comparar a homossexualidade com as identidades de gêneros; pois homossexualidades são orientações sexuais e travestilidade e transexualidades são identidades gêneros.

Como a Psicologia pode contribuir para a luta  das causas LGBTT?

Muito. O papel da Psicologia é  de extrema importância e deve começar nos bancos escolares, pois os estudantes e os psicólogos não sabem o que é gênero e não discute sexualidades nos cursos. Fica a pergunta se estes profissionais vão conseguir ouvir tal demanda ou queixa. Temos muito para fazer!

© 2024 Your Company. All Rights Reserved. Designed By JoomShaper

CONTATO

 

Sede do Conselho Regional De Psicologia 9ª Região GO

Av. T-2 Qd. 76 Lt. 18 N 803 - Setor Bueno

CEP 74.210-010 - Goiânia - Go


Fone: (62) 3253-1785 / Fax: (62) 3285-6904


E-mail: gerenciageral@crp09.org.br


Horário de Funcionamento: 08h às 17h30

interagi